sexta-feira, 2 de setembro de 2011

O negro como marginal

O autor (negro) no estado de ignorância eufórica, optou por citar falsas ideologias racistas do antropólogo Bahiano Raimundo Nina Rodrigues, rebaixando a cultura da maioria dos negros Brasileiros, Bantu, como semi-primitiva.  (A. Kandimba)


"Nina Rodrigues percebeu pela primeira vez a predominância sudanesa na Bahia, no que foi confirmado por Artur Ramos.

Quanto aos bantos de Angola, tinham uma agricultura mais primitiva, praticada pelas mulheres, enquanto os homens criavam gado. Diferentemente dos iorubas e outros sudaneses, que usavam tecidos de pano, os negros das margens do Zambeze e das elevações de Benguela vestiam-se de cascas de árvores (como o fariam no quilombo de Palmares); mais para o sudoeste, porém, usavam vestimentas de couro, possuindo hábitos de caçadores e armas de ferro."

(Juarez Tadeu de Paula, sacerdote da tradição Iorubá. Ogam e jornalista, formado na PUC. Mestrado na Universidade de São Paulo.)



A visão de Nina Rodrigues (1862-1906): o negro como marginal


Nina Rodrigues defendeu teses racistas consideradas científicas e modernas. Ele foi fortemente influenciado pelas idéias do criminólogo italiano Cesare Lombroso. 

No ano da abolição da escravatura, escreveu: "A igualdade é falsa, a igualdade só existe nas mãos dos juristas". Em 1894, publicou um ensaio no qual defendeu a tese de que deveriam existir códigos penais diferentes para raças diferentes.

Nina Rodrigues foi um dos introdutores da antropologia criminal, da antropometria e da frenologia no país. Em 1899 publicou "Mestiçagem, Degenerescência e Crime", procurando provar suas teses sobre a degenerescência e tendências ao crime dos negros e mestiços. 

Os demais títulos publicados também não deixam dúvidas sobre seus objetivos: "Antropologia patológica: os mestiços", "Degenerescência física e mental entre os mestiços nas terras quentes". Para ele o negro e os mestiços se constituíam na causa da inferioridade do Brasil.

Na sua grande obra, Os Africanos no Brasil, escreveu: "Para dar-lhe (a escravidão) esta feição impressionante foi necessário ou conveniente emprestar ao negro a organização psíquica dos povos brancos mais cultos (…) O sentimento nobilíssimo de simpatia e piedade, ampliado nas proporções duma avalanche enorme na sugestão coletiva de todo um povo, ao negro havia conferido (…) qualidades, sentimentos, dotes morais ou idéias que ele não tinha e que não podia ter; e naquela emergência não havia que apelar de tal sentença, pois a exaltação sentimental não dava tempo nem calma para reflexões e raciocínios".

 Segundo o cientista baiano, a inferioridade do negro – e das raças não-brancas – seria "um fenômeno de ordem perfeitamente natural, produto da marcha desigual do desenvolvimento filogenético da humanidade nas suas diversas divisões e seções". 
 No Brasil os arianos deveriam cumprir a missão de não permitir que as massas de negros e mestiços possam interferir nos destinos do país.

"A civilização ariana está representada no Brasil por uma fraca minoria da raça branca a quem ficou o encargo de defende-la (…) (dos) atos anti-sociais das raças inferiores, sejam estes verdadeiros crimes no conceito dessas raças, sejam, ao contrário, manifestações do conflito, da luta pela existência entre a civilização superior da raça branca e os esboços de civilização das raças conquistadas ou submetidas".   

Reflexões sobre o marxismo e a questão racial
Augusto C. Buonicore

                                                           

                                                                                                                


3 comentários:

  1. ...infelizmente o Brasil possui uma cultura de esconder ou negar o que tem de melhor, foi e é assim com os nossos indígenas, foi e é assim com a cultura Bantu....Zumbi era Bantu,samba vem do Bantu,capoeira...sem falar das grande contribuição das linguas Bantu a nossa Lingua Portuguesa....abçs!!! parabéns pelo blog...

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